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O auto cor-de-rosa dos fantasmas japoneses

Olá, queridos!
Hoje eu vim primordialmente escrever sobre um assunto que eu gosto muito, mas antes de entrar nele, decidi contar as novidades mais legais que eu tenho. A primeira delas é que eu pintei meu cabelo de rosa pink, HAHAHA. O que foi um choque pra muita gente, não mais do que pra minha mãe, que descobriu poucos dias antes do meu amigo vir em casa pintar pra mim. Eu nunca fui de pintar o cabelo em cores berrantes, nem quando eu era adolescente, hahahaha. No máximo cheguei a um certo tipo de ruivo, quando tinha uns 15 anos, mas basicamente nunca saí dos pretos e castanhos. Porém, quando saiu o single novo do Gazette ("Vortex") e o Aoi estava de cabelo rosa, depois do choque, eu surtei tanto que não consegui me conter, HAHAHA. Jurei que ia fazer o cosplay com meu cabelo de verdade e agora, nas vésperas do evento, aqui estou eu! De cabelo rosa, HAHAHA. Na hora foi um choque, mas agora eu gostei tanto que não quero mais tirar (Quando minha mãe ler isso, ela vai ter uma síncope), e além de todo mundo ter aparentemente gostado, ouvi um "slogan" que gostei muito, hahaha! Dita pelo meu querido Romeu Martins, Dana mais SteamPINK do que nunca! HAHAHA ♥ Meu único problema é que dia 21 de Julho eu tenho que tirar meu passaporte e eles tiram a foto na hora, então estou pensando em como burlar o lance do cabelo, pra não ter q tirar o rosa tão cedo. Veremos isso, meu caro Watson. E aí vai a arte, pra quem ficou curioso: 

Fora isso, que aconteceu nessa segunda-feira (dia 4), o final de semana também foi atribuladíssimo. Trabalhei no The Clock sábado e domingo, e apesar de ter ficado muito cansada, foi muito gratificante também! Não canso de dizer como o clima lá é legal e as pessoas são divertidas e fofíssimas ♥ Eu super recomendo a casa pra quem é fã de Rockabilly e preza aquela inocência gostosa dos anos 1950! No domingo, além de tudo, o The Clock estava comemorando o 4 de Julho, então estava tudo decorado com faixas e bexigas, lindo lindo demais *_* Eu fui uma das bacanérrimas "americanas", que só podiam responder em inglês e usavam o uniforme azul e vermelho, especial só pra essa data, já que normalmente é amarelo. Legal demais! No site tem as fotos, pra quem se interessar!

Na saída no domingo, a galera toda decidiu jantar juntos e finalmente pude conhecer um dos lugares que eu mais tinha vontade de visitar, em São Paulo! O Zé do Hamburguer da Rua Itapicuru, em Perdizes ♥ A lanchonete é toda temática de Diner dos anos 50, assim como o Chip's Burguer, que é outra casa em Santana que eu sou cliente assídua, mas me apaixonei tão perdidamente pelo Zé que acho que o pobre Chip's vai me perder um pouco. O lugar é lindo, com uma decoração impecável! Tem dois andares e, não suficiente, no andar de cima tem uma Vespa da época e um carro vermelho cujo interior foi desmontado e foi colocada uma mesa no lugar! A trilha sonora também é ótima e são tantos detalhes lindos que eu quase morri. Isso pra não falar no cardápio, com lanches maravilhosos e em conta e COCA-COLA COM SABORES! Cherry Coke, Lemon Coke, Vanilla Coke, tem até CHOCOLAT COKE! Não que eu possa beber, mas ta aí uma coisa que eu nunca tinha visto antes! Se gasta em média 30 reais lá, com um lanche e uma bebida. 40, se você quiser aproveitar uma sobremesa ou um milk shake. Mas é demais, eu recomendo e assino embaixo duas vezes, se precisar! Sem contar que é pertinho do metrô, dá pra ir a pé! Já vou agitar pra ir de novo

Ok! Depois do pequeno-não-tão-pequeno-assim surto de Anos 1950, eu vou finalmente entrar no assunto que eu queria quando vim pra cá, que era falar sobre Fantasmas Japoneses. Não me perguntem exatamente o motivo, mas eu sou simplesmente fissurada por histórias de fantasmas do Japão. Sempre fui, não é algo que veio depois que eu comecei a jogar videogames de terror e coisas do tipo. Eu morro de medo, acho pavoroso, tenho pesadelos, todas essas coisas, mas eu simplesmente A-D-O-R-O as histórias, as aparições, os vídeos, TUDO! É uma fascinação meio mórbida, mas é um assunto que me encanta demais. Então pra começar, eu queria dar um pequeno panorama de porque os fantasmas japoneses são muito mais interessantes do que os fantasmas de outros lugares de mundo. A resposta é muito simples, na verdade, tem tudo a ver com a cultura e com a religião do país. 

Como a maioria das pessoas sabem, o Japão tem uma história muito sangrenta. Não apenas as centenas de batalhas de samurai por posse de terra ou briga entre clãs, mas também guerras civis, asiáticas, a invasão do ocidente e até a Segunda Guerra Mundial. É tradição dos japoneses essa coisa de "tirar vidas", especialmente quando se trata da própria, por conta de desonras ou de falhas cometidas. Uma cultura que, infelizmente, perdura até hoje, motivo pelo qual o país tem a maior taxa de suicídios do mundo. Mas eu vou falar disso um pouco mais pra frente. Então imaginem que, além de tudo isso, toda a religião predominante no Japão, seja budista ou shintoísta, procura essa ligação entre o mundo dos vivos e dos mortos, tendo rituais como o Obon, que acontece sempre em agosto, que nada mais é do que um encontro entre os ancestrais vivos com os mortos. Acende-se velas ou tochas para guiar os espíritos, oferece-se comida, danças, é todo um festival completo. E depois, usam o mesmo fogo, colocando-o em um suporte para que flutue sobre a água e guie os espíritos de volta ao seu lugar. Além disso, no shinto, apesar de não ser mais tão aplicada assim no Japão, há diversos rituais de purificação e lendas sobre sacrifícios e outros tipos de ritos performados no passado.

Com esse cenário, não precisa ir muito longe para imaginar a quantidade de lendas que existem ao longo dos séculos. Inclusive existe um site muito bom chamado Obakemono Project, contando as histórias dos demônios japoneses. Existe uma diferença entre esses demônios (Obakemono) e os fantasmas comuns, que são conhecidos como Yuurei. Os obakes são entidades do inferno, vamos dizer assim, enquanto os Yuureis são espíritos amargurados que procuram por vingança o tempo inteiro. Como eu vim falar mais dos fantasmas, eu recomendo que vocês leiam o site para ver as histórias e descrições dos demônios. 
Enfim, existem infinitas histórias de fantasmas famosos no Japão, mas as descrições são basicamente as mesmas. Todas mulheres de cabelos longos e negros, vestindo kimonos brancos (por serem as roupas funerárias) e com os pés desaparecendo, sem tocar o chão. Não é nada a toa que vemos isso em filmes como Ju-On e Ringu (O Chamado, na versão ocidental). De lendas mais populares, eu destaco algumas que eu gosto mais:
♥ Oiwa: É a história de uma linda japonesa que se casa com um rounin (samurai sem mestre) e tudo muda quando ela dá à luz ao primeiro filho deles. Ele acaba se sentindo meio de lado e ficando com raiva da esposa. Ao mesmo tempo, ele se interessa em se casar com outra mulher, mais jovem e mais bonita que Oiwa e ajuda no assassinato da mulher. A Oiwa, então, se transforma em um espírito vingativo que não descansa até acabar com a vida de quem tirou a dela. O mais legal nessa lenda é que ela foi criada como peça de um teatro Kabuki, mas dizem que o espírito passou a atormentar todos os atores que a atuavam. Por isso é tradição agora que todos que vão atuar Oiwa em uma peça, vão até seu suposto túmulo pedir por permissão, para que não sejam assombrados.

♥ Okiku: Uma fantasma que vive no Castelo de Himeji, dizem, até os tempos atuais. Ela era uma bela serva do castelo, constantemente seduzida pelo seu senhor. O samurai, revoltado pela mulher não corresponder seu amor, a acusou de ter quebrado um dos dez pratos de porcelana preciosos da família. Naquela época, o castigo para isso era a morte. Então, Okiku é assassinada e jogada em um poço e dizem que até hoje, quando cai a noite, a mulher sai de sua morada, pelos corredores do castelo, contando de um a nove... berrando quando não encontra o décimo prato...

♥ Kuchisake-onna: Esse é MUITO creepy. É a história de uma mulher que se casou e que, por ser muito bonita, era alvo do ciúmes doentio do marido. Ele, acreditando que ela estava o traindo, abriu um corte em sua boca, de orelha a orelha para torná-la feia e acabou a matando. Assim, ela também se tornou um espírito vingativo, que hoje em dia caminha pelas ruas com uma máscara cobrindo seus lábios, perguntando a quem encontra "você me acha bonita?". Ao que a vítima responde que sim, ela tira a máscara, mostrando sua boca e pergunta mais uma vez. Se a vítima mostrar horror, ela o mata...

São histórias bem meigas, não? HAHAHA Mas essas são só as lendas urbanas, ainda nem cheguei onde eu realmente queria chegar, que eram os fantasmas do dia-a-dia. No Japão, com todo esse cenário, não fica nada difícil ter experiências sobrenaturais, mais fácil do que se pode imaginar. Eu mesma tive pelo menos duas experiências marcantes quando morei lá. Não sei se todos os meus leitores acreditam em mediunidade, mas sou médium sensitiva e posso garantir que é tão forte, a presença de espíritos em templos e locais mais antigos, que é quase palpável. Tanto que você até mesmo se acostuma, depois de um tempo, a conviver com aquilo, o que explica o fato de haver cemitérios em todos os locais das cidades, inclusive dentro de parques onde as crianças brincam de bicicleta. Essa naturalidade com que se tem a morte, na cultura japonesa, é o que torna ainda mais fácil poder, de fato, ter experiências assim. Até hoje não conheci nenhuma pessoa que já foi ao Japão, que não reportou pelo menos uma coisa estranha que aconteceu com elas. No meu caso, por exemplo, ouvi uma mulher chamar meu nome pela porta do banheiro, enquanto estava tomando banho. Nas duas vezes em que a ouvi, abri a porta apenas para constatar o óbvio de que não tinha ninguém ali. Foi apavorante, simplesmente, mas muito mais comum do que se imagina. Já ouvi sinos que não estavam tocando, é uma coisa insana, mesmo.

Mas apesar de existir esse tipo de coisa em todos os lugares, acho que dificilmente um local é tão assombrado quanto a floresta de Aokigahara. Nos pés do Monte Fuji é onde se encontra o verdadeiro local dos suicidas. Isso mesmo, a floresta procurada por todos os suicidas do Japão. Isso graças a um livro chamado "O Manual Completo de Suicídio", de um japonês pirado chamado Wataru Tsurumi, que mostra centenas de jeitos de tirar a própria vida e que, pasme, teve mais de um milhão de exemplares vendidos. É uma realidade muito triste. A tendência suicida dos japoneses se dá por toda a pressão da sociedade, de que sem trabalho e sem os estudos corretos, de nada vale sua vida. As pessoas se tornam deprimidas se não conseguem um emprego ou se não passam na faculdade, quando se sentem um fardo não apenas para a família, como para o país inteiro. Inebriado por pensamentos assim, o livro indica que a morte por enforcamento deveria ser feita em Aokigahara e, assim, as estatísticas mostram que pelo menos dois corpos são encontrados POR DIA, no bosque. Dá pra imaginar que energia maravilhosa predomina no local? Além de toda a dor e a amargura, os fantasmas perdidos continuam perambulando pelos bosques, tornando o lugar um dos mais assustadores do mundo. Há quem diga que vai sair um documentário brasileiro sobre Aokigahara, feito por um cara chamado Luiz Henrique Pelissaro, que passou dias dentro da floresta e afirma que é horrível mesmo. Vamos ver, tomara que saia! De qualquer jeito, existem inúmeras fotos tensas do lugar no Google Imagens (que eu não coloquei, porque não queria assustar ninguém, mas recomendo ao menos impressionáveis ou os loucos, tipo eu!) e um documentário que eu recomendo:
The Perfect Place (em inglês) Parte 1: e Parte 2
 Não aparece nenhum fantasma, mas tem várias histórias sobre a realidade japonesa, além de você ver o medo dos moradores de chegar perto da floresta. Nem preciso dizer que tenho uma vontade INSANA de conhecer Aokigahara, né?? Um dia terei companhia para ir! (E dinheiro, agora, HAHAHA) Bem, eu infelizmente não tenho como mostrar TUDO o que tem de legal sobre isso na internet, mas por favor, sejam curiosos e vão atrás!

Pra encerrar, eu vou deixar uma lista de coisas para quem quer se jogar, como eu, no mundo maravilhoso e tétrico dos fantasmas japoneses:
Vídeos Reais da Internet:
Enfim, tem um monte no youtube, pra um dia inteiro de programação!

Filmes e Séries:
Eu ainda não tive a oportunidade de assistir as versões japonesas de O Chamado (Ringu) ou O Grito (Ju-On), ou Chamada Perdida (Chakushin Ari), mas deixo os nomes aqui, tanto esses em português, como os em nihongo, para quem puder ver.
ほんとにあった怖い話 (Hontou ni atta kowai hanashi) - é um seriado de histórias de fantasmas, cujo um dos episódios chamado Kurokami no Onna (ou "mulher de cabelos negros") me deu mais arrepios do que dá pra dizer, hahahaha.
Ayakashi - Samurai Horror Tales - Um anime de 11 episódios que conta três histórias famosas de assombrações. Uma delas a da Oiwa e também um caso com o demônio Bake-neko, um espírito maligno em forma de gato. Maravilhoso!

Games:
Como eu já falei disso nesse post, deixo apenas os nomes: Fatal Frame e Forbidden Siren.

É é isso! Uma boa noite de sono para os que ousarem dormir depois disso, HAHAHAHA.

3 comentários:

Rickie disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Rickie disse...

Olá Dana, tudo bem? gostei desse seu post! Meu nome é Luiz Henrique, estive na floresta de Aokigahara e fui eu quem filmou, tirou fotos e prometeu que iria fazer um documentário sobre a floresta. Na verdade fiquei com um pouco de pregiça mas tenho muito material em casa sobre Aokigahara, e confesso que vc acabou me animando a fazer de uma vez por todas esse documentário.

Meu e-mail para contato e sugestões

rickie.jp@hotmail.com

Marina Sigolo disse...

Oi moça, adorei tuo o que você escreveu, não sei tanto como você, não tenho esse conhecimento mas acho curioso e instigante esse "mundo".
Também sou médium e imaginei, quando li sobre a floresta, como deveria ser o clima por lá... com tantos espíritos, tanta histórias tristes.

Você já esteve na floresta? Meus pais foram para o japão na bendida final do jogo do corinthias e meu pai disse que lá ás vezes tem um clima tão estranho...

Bom se quiser conversar eu adoraria saber mais sobre sua experiencia no japão e trocar figurinhas pelo que meus pais passaram.

Beijo

[ah meu email: marina.sigolo@hotmail.com ]

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